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FMI eleva previsão de crescimento económico da China em 2024 para 5%

18.07.2024 20h41  Fonte: Diário do Povo Online

Lujiazui, na Zona Piloto de Livre Comércio da China (Shanghai), em Shanghai, no leste da China. (Fang Zhe/Xinhua)

"Na China, o ressurgimento do consumo interno impulsionou a subida positiva no primeiro trimestre, auxiliado pelo que parecia ser um aumento temporário nas exportações, que se reconectaram tardiamente com o aumento da procura global no ano passado", avançou o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O FMI revisou na terça-feira o crescimento econômico da China em 2024 para 5%, em uma atualização de suas Perspectivas Econômicas Mundiais (WEO, em inglês), a partir da previsão de 4,6% em abril.

A revisão é atribuída principalmente a uma recuperação do consumo privado e às fortes exportações no primeiro trimestre.

"Na China, o ressurgimento do consumo interno impulsionou a subida positiva no primeiro trimestre, auxiliado pelo que parecia ser um aumento temporário nas exportações, que se reconectaram tardiamente com o aumento da procura global no ano passado", é referido.

O FMI manteve a sua previsão para o crescimento global em 2024 em 3,2%, observando que as economias de mercado emergentes da Ásia continuam a ser o principal motor da economia global.

A atividade global e o comércio mundial consolidaram-se na viragem do ano, com o comércio estimulado pelas fortes exportações da Ásia, particularmente no sector tecnológico, observou a actualização do relatório WEO.

Espera-se que o volume do comércio mundial cresça 3,1% em 2024 e 3,4% em 2025, cada um 0,1% acima da projeção de abril.

Sede do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington, D.C., Estados Unidos. (Ting Shen/Xinhua)

"As economias de mercado emergentes da Ásia continuam a ser o principal motor da economia global. O crescimento na Índia e na China é revisto em alta e é responsável por quase metade do crescimento global", escreveu o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, num blog.

A revisão da previsão de crescimento da China foi anunciada no final de maio pela primeira vice-diretora-geral do FMI, Gita Gopinath, durante uma coletiva de imprensa em Beijing, após a conclusão da Consulta do Artigo IV de 2024 da equipe do FMI para a China.

A atualização observou também que a dinâmica da desinflação global está a abrandar, sinalizando obstáculos ao longo do caminho. “Os riscos ascendentes para a inflação aumentaram, causando uma perspetiva de taxas de juro mais altas durante um período ainda mais longo, no contexto da escalada das tensões comerciais e do aumento da incerteza política”, afirmou.

"Outros desafios à desinflação nas economias avançadas poderiam forçar os bancos centrais, incluindo a Reserva Federal, a manter os custos dos empréstimos mais elevados durante ainda mais tempo. Isso colocaria em risco o crescimento global, com maior pressão ascendente sobre o dólar e repercussões prejudiciais para as economias emergentes e em desenvolvimento”, disse Gourinchas.

O economista-chefe do FMI disse que é “preocupante” que um país como os Estados Unidos mantenha uma postura fiscal que aumenta constantemente o seu rácio dívida/PIB, com riscos crescentes para a economia interna e global. “A crescente dependência dos EUA no financiamento de curto prazo é também preocupante”, concluiu.