Startup aeroespacial chinesa antevê melhor desempenho nos seguintes testes de recuperação de foguetes
Foguete reutilizável Nebula-1, desenvolvido pela empresa privada de foguetes chinesa Deep Blue Aerospace, decolando durante um teste de voo de recuperação vertical de alta altitude na Região Autônoma da Mongólia Interior, no norte da China, em 22 de setembro de 2024. (Deep Blue Aerospace/Xinhua)
A startup chinesa de foguetes espaciais Deep Blue Aerospace (Deep Blue) disse que realizaria outra missão de recuperação vertical de alta altitude em novembro, depois que seu foguete reutilizável Nebula-1 falhou nos estágios finais de um voo de teste recentemente.
O Nebula-1 movido a oxigênio/querosene, o primeiro veículo de lançamento reutilizável da Deep Blue, concluiu 10 das 11 principais tarefas de verificação durante seu primeiro teste de voo de recuperação vertical de alta altitude no domingo. Porém, sofreu uma anomalia na fase final de pouso, levando a uma fratura do corpo do foguete.
"Houve um problema com o comando de rastreamento do servo de controle de impulso do motor, fazendo com que o foguete pousasse a uma altura que excedia os parâmetros de projeto. Como precaução, o comando de desligamento do foguete foi acionado, resultando em danos parciais ao seu corpo", explicou Zhao Ya, presidente executivo da Deep Blue.
Apesar dos resultados, Zhao acredita que o teste pode fornecer dados e experiência valiosos, ajudando a identificar problemas e deficiências e a melhorar o desempenho e a confiabilidade do foguete.
As demais fases do voo de teste de 179 segundos foram quase perfeitas. O foguete teve um bom desempenho nas fases de decolagem, subida e descida, e tocou o solo precisamente no ponto central do campo de recuperação.
O teste revelou que o projeto geral do Nebula-1 foi bem-sucedido e que a confiabilidade de seu motor de oxigênio líquido/querosene também foi verificada, disse Shou Tuo, um observador sênior da indústria aeroespacial.
Os internautas chineses ofereceram também um incentivo generoso. "Sempre senti que é mais importante obter a cognição do que o resultado", postou um usuário do Weibo, Cao Meng-Aerospace. "Vamos continuar trabalhando duro".
A Deep Blue planeja conduzir uma missão de voo de recuperação vertical de alta altitude de cinco quilômetros em novembro, visando conferir todos os itens pendentes, de acordo com Du Pengfei, designer técnico chefe da Nebula-1.
Com base na conclusão do teste de recuperação de cinco quilômetros, a empresa selecionará um momento apropriado para realizar um teste de voo de recuperação vertical de 100 quilômetros dentro de um ou dois meses. Está também programada a condução da primeira missão orbital e de recuperação da Nebula-1 no primeiro trimestre de 2025, disse Du.
A Nebula-1 tem 3,35 metros de diâmetro e seu primeiro estágio tem cerca de 21 metros de altura. Nove motores no foguete, todos desenvolvidos independentemente pela Deep Blue, foram construídos em uma única peça, recorrendo à tecnologia de impressão 3D.
O engenho foi projetado para atender à rede de constelações de satélites, fornecimento de carga espacial e experimentos científicos. A aplicação da tecnologia de foguetes reutilizáveis reduzirá significativamente o custo da exploração espacial, disse Zhao.
"Retrocessos de curto prazo não afetarão nosso desenvolvimento de longo prazo. Antes acelerarão o processo de maturidade tecnológica e comercialização", disse. "Alto risco no campo espacial exige que sejamos capazes de lidar com as falhas".
A China testemunhou um rápido crescimento da indústria espacial comercial desde 2014, impulsionada pela abertura do setor pelo governo ao capital privado.
De acordo com relatos da mídia, somente em 2023, as empresas privadas de voos espaciais comerciais do país conseguiram mais de 10 lançamentos bem-sucedidos.
Também em 2023, o desenvolvimento de voos espaciais comerciais foi listado entre as principais áreas para o desenvolvimento de indústrias emergentes no relatório de trabalho do governo.
O Zhuque-3, outro foguete de teste reutilizável desenvolvido de forma independente pela China, concluiu com sucesso um teste de voo de decolagem e pouso vertical de 10 quilômetros em 11 de setembro.
Para todas as empresas espaciais privadas nacionais que esperam obter uma fatia do mercado espacial, é de importância decisiva alcançar a reutilização de foguetes em missões orbitais, disse Shou Tuo.
"É digno de nota que os recém-chegados ao setor espacial comercial da China possam enfrentar múltiplas pressões de financiamento, competição por participação de mercado e atenção da mídia", concluiu.
