Nascida em uma família de escultores, Lang Jiaziyu começou a aprender a arte aos 3 anos de idade. Ela é apaixonada por artesanato tradicional desde a infância, mas, ao mesmo tempo, não tinha certeza sobre como este ofício iria evoluir com a mudança dos tempos.
Lang encontrou seu rumo recorrendo à tecnologia digital avançada. Por um lado, catalogou digitalmente as obras de escultura em massa existentes, protegendo-as por meios técnicos, como digitalização 3D. Por outro lado, compartilhou seus artefatos e seu processo criativo online, difundindo essa herança cultural intangível e, ao mesmo tempo, ganhando 2 milhões de fãs.
"Eles não são apenas meus fãs, mas são também fãs da cultura tradicional chinesa", afirmou.
A história de Lang demonstra que os jovens não são apenas os herdeiros e promotores da cultura tradicional, mas também os beneficiários do desenvolvimento cultural, pois várias formas culturais surgiram de maneiras mais vívidas e criativas, atraindo mais entusiastas.
Em uma das plataformas de compartilhamento de vídeo mais populares da China, o Bilibili, um vídeo do criador de conteúdo da geração pós-95 "Jiang Xunqian", intitulado "Girls Challenging the Millennium Skill – Iron Flowers, a Folk Art Performance of Throwing Molten Iron to Create Fireworks", granjeou grande popularidade e se tornou o único vídeo sobre cultura tradicional entre os 10 principais vídeos originais na plataforma em 2023.
Dados da plataforma Bilibili indicam que cerca de 274 milhões de usuários da internet assistiram a conteúdos de cultura tradicional no Bilibili somente em 2022, com um total de 12 bilhões de visualizações.
Os dados revelaram também que a maioria desses vídeos foram criados e carregados por jovens criadores de conteúdo. Outro aplicativo popular de compartilhamento de vídeo, o Kuaishou, também divulgou dados indicando que um vídeo relacionado ao patrimônio cultural imaterial é carregado a cada 3 segundos na plataforma, e que mais de 60% dos vídeos são produzidos por usuários nascidos após a década de 1990.
Jovens de outros países também têm compartilhado sua cultura e artes tradicionais por meio de vídeos em várias plataformas de mídia social, incluindo Facebook e TikTok.
Por exemplo, criaram um grupo chamado "Social Distance Powwow" no Facebook, onde compartilham vídeos sobre tradições culturais nativas americanas, como percussão e dança, de modo a conectar povos indígenas e espalhar a conscientização sobre as culturas nativas americanas.
Feng Ji, produtor do renomado jogo Black Myth: Wukong, acredita que a tecnologia digital tem vantagens naturais na promoção do desenvolvimento e disseminação da cultura tradicional, como ajudar os jovens a aceitar e apreciar a cultura tradicional por meio de jogos.
"Acho que se tornará algo muito frágil, se não houver tecnologia moderna para lhe dar [ao patrimônio cultural imaterial] uma chance de permitir que as gerações mais novas a entendam e apreciem melhor", disse Feng.
Na opinião de Zhou Min, reitor assistente da Escola de Jornalismo e Comunicação da Universidade Normal de Beijing, o patrimônio cultural imaterial tem a sua "fragilidade", mas por meio da tecnologia digital, ele pode se tornar resiliente.
"[O patrimônio cultural intangível] pode ser combinado com outros elementos, permitindo que evolua ainda mais e demonstre uma nova vida", acrescentou Zhou.
O comunicado da Terceira Sessão Plenária do 20º Comitê Central do Partido Comunista da China apelou ao povo chinês para aumentar a confiança cultural e trabalhar para levar adiante a cultura tradicional chinesa, ficar a par das últimas tendências em tecnologia da informação, cultivar um vasto conjunto de talentos no setor cultural e despontar a criatividade cultural de toda a nação.
"Yanhong Aimee", outra criadora de conteúdo no Bilibili, é especialista em criar trajes tradicionais requintados usando materiais de uso cotidiano. Por exemplo, ela pode usar latas para fazer intrincados chapéus Miao e coroas de fênix, um tipo de toucado usado por personagens principais na Ópera de Pequim.
Os jovens internautas chineses têm explorado continuamente e elaborado suas próprias respostas sobre a melhor forma de proteger, herdar, inovar e compartilhar a cultura tradicional chinesa, disse Chen Caiyin, diretor de relações públicas do Bilibili.
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