Por Fu Yuanyuan
Augusto Pestana, cônsul-geral do Brasil em Shanghai(Foto: Zhao Jian, Diário do Povo Online)
Com a visita do presidente Xi Jinping ao Brasil, por ocasião da cúpula do G20 e de uma visita oficial de Estado, o Diário do Povo Online entrevistou Augusto Pestana, cônsul-geral do Brasil em Shanghai.
"O presidente Xi Jinping vai participar dessa reunião (G20) e fará uma visita bilateral ao Brasil. Há uma série de acordos agora em negociação, todos muito importantes, que dizem respeito a investimentos nas mais diferentes áreas", afirmou o diplomata.
O diplomata destacou que a China é um grande país e um bom amigo e parceiro do Brasil, sendo que dois países vêm obtendo continuamente resultados significativos em diversas áreas de cooperação.
Ele ressaltou que a China e o Brasil compartilham valores comuns, trabalhando de forma estreita em mecanismos multilaterais, como a ONU e os BRICS, com o objetivo de promover a paz, a estabilidade e o desenvolvimento próspero no mundo, além de ajudar os países em desenvolvimento a amplificar suas vozes no cenário internacional.
O Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS foi alvo de menção especial, sendo qualificado como um exemplo de cooperação pragmática entre os dois países.
"Na medida em que ele canaliza recursos, financiamento, porque em grande medida, muitos desses problemas globais, eles precisam, acima de tudo, de recursos, para que os projetos possam se transformar em realidade. Isso é algo que o Novo Banco de Desenvolvimento tem feito", afirmou.
O diplomata ressaltou também que o Brasil e a China são os maiores países em desenvolvimento nos hemisférios ocidental e oriental, respectivamente, e têm responsabilidades compartilhadas importantes em áreas como financiamento sustentável, governança global e manutenção da paz mundial, além de um enorme potencial de cooperação.
"Nós temos um potencial muito grande, uma responsabilidade muito grande de trabalhar em conjunto. Isso é o que tem acontecido em todas as áreas, seja no financiamento do desenvolvimento sustentável, seja na busca de soluções pacíficas, e eu tenho certeza que esse é o espírito que vai continuar a reger essa nossa parceria estratégica e global Brasil-China nos próximos anos", acrescentou.
Nos últimos anos, à medida que as trocas comerciais e econômicas entre o Brasil e a China se aprofundaram, o intercâmbio de pessoas e a cooperação cultural também se intensificaram. Augusto Pestana observou que, embora os dois países estejam distantes geograficamente e possuam grandes diferenças culturais, muitos chineses associam o Brasil ao futebol, enquanto os brasileiros associam a China às artes marciais. "Ótimo, somos isso também, mas somos muito mais", disse, argumentando que a relação não se deve ficar pelos estereótipos.
Este ano, ambos os países realizaram vários eventos para celebrar o 50º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas, permitindo que os povos dos dois países apreciassem a profundidade de suas respectivas culturas.
No futuro, os dois países promoverão ainda mais o intercâmbio entre os povos por meio de iniciativas como turismo, intercâmbio acadêmico e cooperação educacional, a fim de promover uma maior compreensão mútua e aproximar ainda mais os povos das duas nações, destacou.
Foi ainda enfatizada a importância da construção de relações de amizade entre estados e províncias, bem como cidades. Augusto Pestana acredita que a cooperação entre os estados do Brasil e as províncias da China tem um enorme potencial e, ao estabelecer mais relações de amizade entre estados e cidades, é possível promover a cooperação pragmática nas áreas econômica, tecnológica e cultural.
"É muito importante que essas cidades interajam mais, porque aí você consegue criar, realmente, vínculos mais duradouros, vínculos eternos entre Brasil e China", concluiu.
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