Mais incentivos de consumo necessários, defende presidente do grupo Hisense

Funcionários trabalhando na linha de montagem de TV da Hisense em Qingdao, província de Shandong. (Foto: Li Ziheng/Xinhua)

Esforços maiores são necessários para permitir que mais famílias em municípios e condados desfrutem de subsídios favoráveis ao consumo do programa de troca de bens de consumo e reforçar a posição dominante das empresas em inovação tecnológica, disse Jia Shaoqian, presidente do fabricante chinês de eletrodomésticos Hisense Group.

"O programa de troca de bens de consumo do país não apenas estimulou o mercado consumidor e reforçou as atualizações de consumo, como promoveu também a popularidade de produtos verdes e da economia energética. Simultaneamente, melhorou a qualidade de vida das pessoas", disse Jia, que é também deputado da 14ª Assembleia Popular Nacional, a principal legislatura da China.

No quarto trimestre do ano passado, as vendas de eletrodomésticos da Hisense aumentaram mais de 30% em termos anuais, impulsionadas pelo programa de troca, disse Jia, acrescentando que produtos inteligentes e de alta qualidade com alta eficiência energética são cada vez mais favorecidos pelos compradores chineses.

Mais esforços são necessários para permitir que mais pequenas e médias empresas em condados e municípios participem do programa de troca para liberar ainda mais o potencial de consumo de mercados de baixo nível, disse Jia, ao mesmo tempo em que pedia apoio às vendas de novos produtos que contenham tecnologias inovadoras.

O programa de atualização de equipamentos em larga escala e troca de bens de consumo da China, que teve início em março do ano passado, rendeu resultados frutíferos em 2024. Dados da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma demonstraram que mais de 37 milhões de consumidores compraram mais de 62 milhões de eletrodomésticos no ano passado, com vendas totais atingindo 270 bilhões de yuans (US$ 37,1 bilhões). Produtos com o mais alto nível de eficiência energética foram responsáveis por mais de 90% da receita total de vendas.

O país anunciou em janeiro uma série de medidas para expandir o escopo do programa de troca de bens de consumo, em meio a um esforço mais amplo para impulsionar a demanda doméstica e estimular o crescimento econômico.

Além disso, Jia disse que a chave para desenvolver novas forças produtivas de qualidade está no fortalecimento da posição dominante das empresas em inovação científica e tecnológica e na promoção da integração profunda da inovação científica e tecnológica e industrial.

A Conferência Central de Trabalho Econômico realizada em dezembro pediu esforços para alcançar a inovação científica e tecnológica, impulsionar o desenvolvimento de novas forças produtivas de qualidade e construir melhor o sistema industrial moderno da nação.

Para impulsionar a autossuficiência e a força do país em ciência e tecnologia, Jia disse que mais ênfase deve ser colocado na inovação original e na promoção da aplicação industrial de conquistas inovadoras.

Ele sugeriu também apoiar empresas na liderança de grandes projetos nacionais e programas-chave de pesquisa e desenvolvimento, bem como estabelecer um sistema de avaliação de laboratórios empresariais diferenciados, com vista a estimular ainda mais a vitalidade inovadora das empresas, por meio da inovação institucional.

Li Xianjun, pesquisador associado do Instituto de Economia Industrial da Academia Chinesa de Ciências Sociais, disse que os esforços da China no desenvolvimento de novas forças produtivas de qualidade ajudarão a tornar a economia mais resiliente, melhorar a resistência de suas cadeias industriais e de suprimentos, fortalecer a capacidade de proteção contra riscos e choques externos e transformar o país em uma potência manufatureira.

Mais esforços devem ser envidados para alcançar avanços em tecnologias essenciais em campos-chave, incluindo materiais básicos e software, componentes de precisão, circuitos integrados e equipamentos de ponta, com vista a aprimorar a capacidade de inovação independente da China, disse Li.

Pan Helin, membro do Comitê de Especialistas em Economia da Informação e Comunicação, que faz parte do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação, destacou a importância de aumentar o apoio para micro, pequenas e médias empresas e otimizar ainda mais o ambiente de negócios, visto que as empresas têm desempenhado um papel de liderança na condução da inovação tecnológica.