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Metade dos brasileiros acredita que políticas comerciais de Trump estão prejudicando economia do país

25.04.2025 13h48 

Metade da população acredita que as políticas comerciais do presidente dos EUA, Donald Trump, estão impactando negativamente a economia do país, de acordo com uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira pelo instituto de pesquisa Ipsos-Ipec.

Os resultados mostram que 50% dos entrevistados consideram as medidas comerciais promovidas por Trump como prejudiciais ao Brasil. Essa percepção é ainda mais pronunciada entre aqueles que votaram no presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, com 58%. Mesmo entre os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro, uma maioria relativa - 43% - compartilha dessa opinião, disse Márcia Cavallari, diretora da Ipsos-Ipec.

A insatisfação coincide com o anúncio de Trump em 2 de abril, quando ele impôs novas tarifas sobre produtos de 185 países, incluindo o Brasil. Embora o país sul-americano tenha sido incluído com uma tarifa mínima de 10%, o presidente dos EUA suspendeu a medida por 90 dias.

O governo brasileiro adotou uma postura baseada no diálogo para administrar a situação por via diplomática. No entanto, Lula sancionou recentemente a chamada Lei da Reciprocidade, aprovada pelo Congresso como uma possível resposta às ações comerciais de Trump ou de outras nações. Até o momento, o Brasil não tomou nenhuma medida concreta para taxar a importação de produtos norte-americanos.

Além dos efeitos econômicos, a pesquisa também abordou a percepção geral dos brasileiros sobre o governo Trump. Quarenta e nove por cento acreditam que sua administração tem um impacto negativo no Brasil, em comparação a 29% que o veem como positivo e 2% disseram que eram indiferentes.

Em relação ao impacto de Trump em seu próprio país, 21% dos brasileiros acreditam que seu governo é "terrível" para os americanos, 19% o consideram "bom" e outros 19% o classificam como "razoável".

A pesquisa, realizada entre 3 e 7 de abril, ouviu 2 mil pessoas maiores de 16 anos em 131 municípios do país e tem margem de erro de dois pontos percentuais.