Por Fu Yuanyuan
No dia 12 de maio, foi realizado em Beijing o seminário “Rumo à COP30: cooperação Brasil-China em restauração da vegetação e sumidouros florestais de carbono”. O evento foi coorganizado pela Administração Nacional de Florestas e Pastagens da China e pela Embaixada do Brasil na China, com o objetivo de reforçar a cooperação bilateral entre China e Brasil nas áreas de reflorestamento e restauração florestal.
O vice-diretor da Administração Nacional de Florestas e Pastagens da China, Li Yunqing (segundo à direita), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva (segunda à esquerda), a Secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda do Brasil, Tatiana Rosito (primeira à direita), e a Conselheira da Embaixada do Brasil na China, Letícia Frazão Leme (primeiro à esquerda), participaram do seminário. Foto: Fu Yuanyuan
Durante o evento, a ministra brasileira do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, concedeu uma entrevista ao Diário do Povo Online. Ela destacou que, diante de um contexto geopolítico desafiador, os países do Sul Global podem contribuir significativamente para o fortalecimento do multilateralismo climático. “O Brasil conta com a China para que cheguemos na COP30 com NDCs, metas de redução ambiciosas, alinhadas com 1.5°C”, afirmou.
Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva. Foto: Fu Yuanyuan
Em relação à cooperação perante eventos climáticos extremos, Marina Silva alertou que nós já estamos vivendo sob os efeitos das mudanças climáticas. “Os eventos climáticos extremos já estão dentro das nossas casas, das nossas lavouras, do nosso comércio, da nossa vida de um modo geral. É fundamental uma cooperação que nos leve a continuar combatendo as causas – as emissões de gases de efeito estufa – e, ao mesmo tempo, avançar na adaptação: infraestrutura resiliente, moradias dignas, combate a incêndios, secas e enchentes”, explicou.
Silva elogiou as vantagens complementares entre Brasil e China na área do desenvolvimento sustentável. Segundo ela, o Brasil tem uma grande experiência de restauração com florestas e espécies nativas de restauração de florestas, enquanto a China fez um esforço muito grande de restauração de áreas degradadas, superando 25% do seu território com áreas com florestas.
“Essa experiência e essas tecnologias, tanto do ponto de vista social quanto do ponto de vista de tecnologias tradicionais, serão muito importantes”, afirmou Silva, acrescentando que uma parceria que faça com que as tecnologias de desenvolvimento sustentável da China com os esforços do Brasil de produção sustentável, de baixo carbono, possam criar um jogo de ganha-ganha.
O seminário ocorre durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China. Marina Silva afirmou que os dois países estão empenhados em aprofundar a agenda bilateral, fortalecendo a cooperação por meio de mecanismos como a Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN), o G20 e o BRICS. Segundo ela, a visita do presidente Lula dará novo impulso ao fortalecimento da parceria bilateral.
Ao encarar a próxima COP30, que será realizada em novembro no Brasil, a ministra fez um apelo para que os países do Sul Global estejam cada vez mais unidos, a fim de acelerar a implementação das ações climáticas.
“Esperamos que a COP30 seja a conferência da implementação, que marque a transição dos compromissos para a ação concreta — triplicando a capacidade de energias renováveis, dobrando a eficiência energética e promovendo uma eliminação gradual, ordenada e justa dos combustíveis fósseis. Os países desenvolvidos devem liderar esse processo, ao mesmo tempo, os países em desenvolvimento também precisam agir com determinação”, afirmou.
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