O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu colega angolano, João Lourenço, discutiram nesta sexta-feira, em Brasília, a expansão dos laços econômicos e comerciais e o fortalecimento dos vínculos históricos entre os dois países.
A visita de Estado do líder angolano ocorreu durante a Semana da África no Brasil e após uma reunião em Brasília com ministros da Agricultura da União Africana para discutir medidas de segurança alimentar com autoridades brasileiras.
O evento foi marcado pela assinatura de uma série de acordos e eventos bilaterais, entre eles a retomada de linhas de financiamento e um programa de capacitação para profissionais de saúde, medida que, segundo o brasileiro, "vai fortalecer o Sistema Nacional de Saúde angolano".
Após o encontro a portas fechadas, o presidente angolano lembrou que Lula visitou o país em 2023 e, na ocasião, disse que "o Brasil estava retornando à África".
Lourenço expressou seu desejo de ver investimentos privados brasileiros em Angola, especialmente em infraestrutura como estradas, portos e produção e distribuição de energia.
O presidente angolano disse ainda que espera que o Brasil abra uma linha de financiamento para facilitar a participação de empresas brasileiras em projetos no país africano.
"Contamos com os empreendedores brasileiros para esses empreendimentos. Confiamos que o Brasil reabrirá uma linha de financiamento para crédito à exportação. Acreditamos que isso vai acontecer", afirmou.
Em seguida, em um breve discurso, Lula disse que considera importante que a estatal Petrobras volte a ter um papel ativo na exploração de petróleo e gás no continente africano.
"Estamos modernizando os instrumentos de garantia de crédito à exportação. É importante lembrar: Angola sempre foi um bom pagador e quitou sua dívida cinco anos antes do prazo", afirmou.
Lula disse que negociará com a Embraer e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para permitir que Angola compre três aviões de carga KC-390.
Brasil e Angola mantêm profundos laços históricos e culturais, já que os portos angolanos eram usados para transportar africanos escravizados para o país sul-americano durante o período colonial e após a independência em 1822. O Brasil é o país com a maior população afrodescendente fora da África.
Segundo o Palácio do Itamaraty, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o Brasil foi o primeiro país a reconhecer a independência de Angola de Portugal, em novembro de 1975. Um mês depois, o país estabeleceu uma embaixada em Luanda.
Desde 2010, segundo o Itamaraty, Angola é considerada um país estratégico para as relações exteriores do Brasil, status compartilhado pela África do Sul e pelo Egito. Brasil e Angola são os países fundadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e fazem parte da chamada Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul.
Atualmente, a comunidade brasileira em Angola é a maior do continente africano, com quase 25 mil pessoas.
O Itamaraty destacou que Angola é um dos principais parceiros comerciais do Brasil no continente africano. Em 2024, as exportações de produtos brasileiros para Angola somaram US$ 492 milhões e as importações, US$ 1,07 bilhão.
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