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Importações de frutos do mar japonesas retomadas condicionalmente

03.07.2025 08h06 

Velejadores pescam camarão na Baía de Notsuke, perto de Betsukai, em Hokkaido, norte do Japão, na manhã de 30 de junho de 2025. [Foto: VCG]

A China retomou condicionalmente as importações de produtos aquáticos de certas regiões do Japão, mas tomará medidas imediatas para restringir tais importações caso algum risco seja identificado, informou o Ministério das Relações Exteriores chinês na segunda-feira (30).

Mao Ning, porta-voz do ministério, afirmou que a decisão foi tomada de acordo com as leis e regulamentos chineses, bem como com as regras do comércio internacional, e se baseia em evidências científicas e em análises e pesquisas criteriosas.

Mao fez os comentários numa coletiva de imprensa diária em Beijing, um dia após a Administração Geral das Alfândegas (AGA) anunciar no domingo (29) que, com efeito imediato, a China retomará as importações de frutos do mar de algumas regiões japonesas.

As autoridades chinesas continuarão fortalecendo as medidas regulatórias para garantir a segurança alimentar da população, disse ela, enfatizando que, caso algum risco seja detectado, as restrições de importação necessárias serão aplicadas imediatamente, de acordo com a lei.

A China proibiu a importação de todos os produtos do mar japoneses em agosto de 2023, logo após o Japão iniciar a liberar grandes quantidades de águas residuais radioativas tratadas de sua Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, desativada, no Oceano Pacífico.

Antes da proibição, o continente chinês era o maior mercado externo para produtos do mar japoneses, seguida pela Região Administrativa Especial de Hong Kong.

A pedido veemente da China e da comunidade internacional, o Japão aceitou o monitoramento internacional das descargas de Fukushima e a coleta e monitoramento independentes por parte da China, afirmou Mao, acrescentando que o Japão prometeu garantir a implementação contínua dessas atividades de monitoramento.

A China e o Japão realizaram várias rodadas de consultas com base nisso, e o Japão prometeu tomar uma série de medidas confiáveis e visíveis para garantir a qualidade e a segurança dos produtos aquáticos exportados para a China, bem como fortalecer a supervisão, observou ela.

Quando questionada se a retomada das importações de produtos aquáticos japoneses significa que a China aprovou a segurança das descargas de Fukushima, Mao reiterou que a oposição da China às descargas oceânicas do Japão permanece inalterada.

A robusta supervisão internacional das descargas foi fortalecida como resultado direto da posição inabalável e das iniciativas construtivas da China, afirmou ela.

A China continuará a trabalhar com a comunidade internacional para instar o Japão a transpor seus compromissos em ações práticas de longo prazo e controlar efetivamente os riscos representados pelas descargas, acrescentou.

De acordo com o anúncio feito pela AGA no domingo, produtos do mar de 10 prefeituras japonesas — Fukushima, Gunma, Tochigi, Ibaraki, Miyagi, Niigata, Nagano, Saitama, Tóquio e Chiba — permanecerão proibidos de entrar na China.

Questionada sobre quando a China poderia retomar a importação de produtos aquáticos dessas 10 regiões, Mao afirmou que o governo chinês sempre adotou uma atitude altamente responsável em relação à segurança alimentar da população. A China continuará a formular políticas relevantes baseadas em princípios científicos e de segurança, acrescentou.