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Chefe da Nvidia elogia expertise tecnológica da China

17.07.2025 15h48 

O CEO da Nvidia, Jensen Huang, discursa na cerimônia de abertura da 3ª Exposição Internacional da Cadeia de Suprimentos da China (CISCE), em Beijing, em 16 de julho de 2025. (Foto: Agências)

O fundador e CEO da Nvidia, Jensen Huang, expressou profunda confiança no desenvolvimento tecnológico da China durante uma ampla entrevista ao China Daily, em Beijing, na quarta-feira (16), destacando as vantagens distintivas do país asiático em inteligência artificial, manufatura avançada e inovação em veículos elétricos.

Huang enfatizou os "pontos fortes únicos" da China que impulsionam o avanço tecnológico — capacidades de IA de classe mundial demonstradas por avanços como o modelo de raciocínio de código aberto da DeepSeek; expertise excepcional em mecatrônica e sistemas eletromecânicos; e um enorme ecossistema de manufatura que permite a rápida implantação da robótica.

"Essas condições estão concentradas de forma única na China, o que me deixa incrivelmente otimista em relação à sua trajetória de desenvolvimento em robótica. A Nvidia vem à China há 30 anos, e o país é o segundo maior mercado de tecnologia do mundo, crescendo muito rapidamente. Portanto, este é um mercado muito importante, com muitos clientes dinâmicos e inovadores. Na China, temos clientes muito desafiadores, dinâmicos e inovadores, e queremos poder atendê-los, e continuarei fazendo isso", disse Huang.

Os comentários foram feitos durante sua terceira visita à China este ano, destacando a importância do mercado chinês para a Nvidia, que se tornou a primeira empresa do mundo com um valor de mercado de US$ 4 trilhões. Huang também participou da cerimônia de abertura da 3ª Exposição Internacional da Cadeia de Suprimentos da China (CISCE, na sigla em inglês) na quarta-feira (16).

"Os veículos elétricos na China são provavelmente, nos últimos cinco anos, os mais surpreendentes para o mundo em termos de avanço. Em termos puramente técnicos, de estilo, objetivos, os carros são absolutamente fantásticos", disse Huang.

Referindo-se à indisponibilidade de veículos elétricos chineses, como os da Xiaomi, no mercado americano, Huang lamentou: "Essa é uma desgraça nossa, não sua".

Ao abordar a concorrência com a Huawei em chips de IA, Huang reconheceu a empresa sediada em Shenzhen, província de Guangdong, como "uma empresa de tecnologia formidável", com profunda excelência em semicondutores e infraestrutura de rede.

Analisando o cenário mais amplo de IA da China, Huang descreveu um ecossistema de três níveis que impulsiona o progresso — infraestrutura fundamental, incluindo chips e sistemas; modelos de IA em rápida evolução, como o Qwen, da Alibaba, e o Kimi, da Moonshot; e desenvolvimento de aplicativos hipercompetitivos.

Na terça-feira (15), a Nvidia anunciou que retomará as vendas de chips H20 para a China e também divulgou uma nova GPU, ou unidade de processamento gráfico, totalmente compatível para o mercado chinês.

A Nvidia está entrando com pedidos para vender a GPU H20 para a China novamente, já que o governo dos EUA garantiu à empresa que as licenças serão concedidas e, portanto, a Nvidia espera iniciar as entregas em breve.

Xiang Ligang, diretor-geral da Aliança de Tecnologia da Indústria de Aplicações de Consumo de Informação Moderna de Zhongguancun, uma associação do setor de telecomunicações, avaliou que a retomada das vendas de chips H20 foi uma boa notícia tanto para a Nvidia quanto para as empresas chinesas que buscam adquirir esses produtos.

"Este é um resultado vantajoso para todos", comemorou Xiang, acrescentando que a China é o maior mercado de semicondutores do mundo, que as empresas ignoram por sua conta e risco.

O continente da China consome mais da metade dos semicondutores do mundo, que são então montados em produtos de tecnologia e reexportados ou vendidos no mercado interno, afirmou a empresa de pesquisa Daxue Consulting.