Rede de Notícias do Cinturão e Rota

BRNN>>Rede de Notícias do Cinturão e Rota

Entusiastas portugueses da medicina tradicional chinesa perseguem sonhos na China

19.08.2025 10h06 

Após observar atentamente a demonstração de acupuntura facial de seu instrutor, Catarina Oliveira praticou em seu próprio rosto diante de um espelho.

Na viagem de estudo internacional sobre Medicina Tradicional Chinesa (MTC) 2025, organizada pelo Hospital de Medicina Tradicional Chinesa de Sanya, na província insular de Hainan, no sul da China, Catarina, de Portugal, estudou com outros 20 estagiários, a maioria também de Portugal, e o restante de países como Brasil e Irlanda. Eles mergulharam em duas semanas de intensivos estudos teóricos e práticos sobre a MTC.

Tendo estudado a MTC desde os 22 anos, Catarina agora tem nove anos de experiência. "É muito importante para mim vir ao berço da MTC e interagir realmente com pessoas que estudaram isso a vida inteira", disse ela.

A jornada de Catarina com a MTC começou durante uma crise de saúde pessoal. Como ex-atleta, ela teve um grave problema hormonal aos 20 anos devido ao treinamento atlético excessivo. Embora a medicina ocidental recomendasse tratamento com medicamentos, ela decidiu experimentar a MTC. Após apenas duas sessões de tratamento, seus níveis hormonais voltaram ao normal. Tendo testemunhado pessoalmente os efeitos notáveis da MTC, ela resolveu estudá-la.

Através de um estudo mais aprofundado, Catarina ganhou uma nova perspectiva: a MTC é mais do que acupuntura e ventosas - ela incorpora uma filosofia de harmonia. "A medicina tradicional chinesa tem sempre a ver com a harmonia, bem como com Yin e Yang. Uma vez que você aprende sobre a MTC, pode realmente aplicá-la a tudo que faz na sua vida diária. É isso que tento fazer", afirmou ela.

"Sinto que a medicina tradicional chinesa é algo que necessita estudo contínuo", comentou ela, acrescentando que gostaria de voltar para fazer mais treinamentos no futuro.

Para a estagiária portuguesa Bárbara Silva, de 22 anos, que concluiu recentemente quatro anos de estudo em MTC, essa viagem à China realizou um sonho.

"Vir aqui à China é como um sonho que se tornou realidade, assistir às coisas sendo feitas em primeira mão e observar como os médicos reais aqui na China fazem as coisas. É muito diferente do que aprendemos, mesmo que seja a mesma teoria", compartilhou Bárbara.

Ela ressaltou que os médicos em Portugal usam no máximo cerca de 12 agulhas para acupuntura, enquanto os profissionais chineses podem usar de 30 a 40. Novas técnicas, como a acupuntura com agulhas de fogo, também foram demonstradas. "Aprendi coisas diferentes que ainda não tinha visto. É muito divertido", indicou.

Bárbara disse que, inicialmente, as pessoas consideravam a MTC como algo mágico que ajudava os pacientes a melhorar sua saúde, mas após estudar MTC, ela percebeu que é uma área respaldada por muitos estudos e, especialmente, muita história, além de extensa pesquisa e prática por médicos.

"Não é apenas magia", enfatizou ela, acrescentando que agora a MTC, particularmente a acupuntura, goza de crescente aceitação e popularidade em Portugal.

Ao voltar para casa, Bárbara planeja trabalhar como médica de MTC na clínica de sua mãe. "Vim aqui para aprender com os melhores, então espero voltar e fazer o meu melhor pelos pacientes em Portugal", observou ela.

Entre as primeiras Bases Nacionais de Exportação de Serviços de MTC da China e como a única em Hainan, o Hospital de Medicina Tradicional Chinesa de Sanya tem atraído um número crescente de visitantes internacionais em busca de experiências e educação em MTC nos últimos anos.

"Este é o terceiro programa internacional de treinamento em MTC que organizamos este ano", disse Yuan Ailin, vice-diretora do Hospital de Medicina Tradicional Chinesa de Sanya, acrescentando que a viagem de estudos tem como objetivo ajudar mais pessoas, especialmente os entusiastas da medicina tradicional chinesa no exterior, a aprofundar sua compreensão e paixão.

"Esperamos promover ainda mais a MTC globalmente, levando-a ao mundo e ajudando o mundo a compreendê-la", destacou ela.