A primeira edição dos Jogos Mundiais de Robôs Humanoides, em Beijing, demonstrou como o esporte está acelerando a inovação em robótica e capturando a imaginação do público.
Ao longo de três dias, mais de 500 robôs de 280 equipes de 16 países competiram em 487 eventos que variaram de atletismo e futebol a simulações de combate e serviços de hotelaria.
Na cerimônia de encerramento, no domingo (17), os organizadores anunciaram a criação da Federação Mundial de Jogos de Robótica Humanoides, dedicada ao avanço dos esportes com robôs humanoides, com Beijing programada para sediar a segunda edição dos Jogos em agosto de 2026.
Os espectadores ficaram surpresos ao ver robôs humanoides correndo 1.500 metros em velocidades que rivalizavam com atletas universitários ou realizando danças sincronizadas, vestidos como Guerreiros de Terracota. Alguns robôs saíram da pista ou colidiram com os árbitros, provocando risos e aplausos, enquanto outros realizaram passes no futebol perfeitamente, ocasionalmente marcando gols contra seus próprios adversários. A mistura de feitos impressionantes e percalços cativantes destacou tanto o rápido progresso quanto os desafios que ainda persistem na gestão da mobilidade e coordenação humanoide.
"Estes Jogos reúnem equipes de alto nível de toda a China e do mundo, proporcionando uma plataforma para mostrar suas pesquisas e conquistas mais recentes em robótica, além de promover o aprendizado mútuo e a colaboração entre os participantes", disse Lou Kaiqi, que dirigiu uma apresentação de dança com o tema Guerreiro de Terracota.
Sua equipe desenvolveu um software de controle de grupo para sincronizar nove robôs em rotinas complexas.
"Cada unidade foi calibrada com precisão para se mover ritmicamente, criando uma performance visualmente impressionante", acrescentou Lou.
A crescente publicidade em torno desses eventos atraiu maior atenção para a indústria da robótica, particularmente para os avanços no movimento robótico. Isso acelerou significativamente o progresso tecnológico na área nos últimos dois anos, impulsionando desenvolvimentos notáveis nas capacidades robóticas.
"O maior valor deste evento reside no engajamento do público", avaliou Huang Siyuan, da equipe BIGAI-Unitree, que competiu no desafio de serviço de hotelaria. "As pessoas podem ver como esses robôs lidam com tarefas cotidianas de forma autônoma e eficiente, algo com que muitos se importam."
Os Jogos também estão acelerando avanços técnicos ao levar robôs humanoides dos laboratórios para cenários do mundo real. A competição atua como um campo de testes, ajudando a refinar inovações viáveis e impulsionando-as para uma adoção mais ampla. Huang afirmou que os robôs humanoides têm um potencial significativo para revolucionar as operações de limpeza de hotéis.
"O benefício dos robôs humanoides é a segurança e a privacidade. Muitas pessoas se preocupam com a qualidade inconsistente da limpeza em hotéis, mas os robôs podem executar tarefas com maior fidelidade e precisão, garantindo maior confiança. Sua execução padronizada reduz o erro humano, tornando-os uma solução preferível para alguns ambientes", observou Huang.
Huang acrescentou que os robôs de serviço de hotéis precisam realizar navegação autônoma e operações interativas dentro do ambiente, como pegar uma mala ou coletar lixo e descartá-lo numa lixeira. Essas ações demonstram as fortes capacidades interativas dos robôs humanoides em cenários do mundo real.
Os Jogos também destacaram as ambições de Beijing de se tornar um centro global de robótica. A cidade lançou fundos de investimento multibilionários, centros de inovação e políticas industriais para apoiar a pesquisa, a fabricação e a implantação de robôs humanoides. Seu setor de robôs humanoides agora representa cerca de um terço do mercado chinês, com um aumento de quase 40% nas receitas no primeiro semestre deste ano, de acordo com dados divulgados pelas autoridades.
Endereço: Edifício 5, Diário do Povo, nº 2, rua Jintai Xilu, distrito de Chaoyang, Beijing, China
Tel: 86-10-65363107/86-10-65366220/86-10-65363106