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Ministério Público Federal do Brasil acusa filho de Bolsonaro e influenciador bolsonarista de coação em processo judicial

24.09.2025 16h49 

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou, nesta segunda-feira, denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro, do Partido Liberal (PL) e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, e o empresário e blogueiro Paulo Figueiredo, acusando-os de coação em processo judicial.

De acordo com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, ambos teriam atuado a partir dos Estados Unidos para promover "graves sanções" contra o governo brasileiro e ministros do STF, com o objetivo de impedir a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por seu envolvimento no plano golpista investigado no país.

"Todo o plano estratégico descrito confirma a intenção específica de Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo de instaurar um clima de instabilidade e medo, projetando a perspectiva de retaliação estrangeira sobre as autoridades brasileiras e o espectro de um país isolado e desprezado, sobre a população", afirmou Gonet na denúncia.

O promotor detalhou que os réus se apresentaram nas redes sociais e em entrevistas como os organizadores das supostas sanções e chegaram a ameaçar ministros do Supremo Tribunal Federal. "Eles se apresentaram como patrocinadores dessas sanções, como seus organizadores e como os únicos capazes de neutralizá-las. Para estancar os danos que foram objeto das ameaças, exigiram a não condenação criminal de Jair Bolsonaro na Ação Penal nº 2.668", acrescentou.

Jair Bolsonaro foi investigado no mesmo caso da Polícia Federal, embora não tenha sido indiciado neste caso específico. No entanto, o ex-presidente está em prisão domiciliar e usa tornozeleira eletrônica por outras investigações. No início deste mês, ele foi condenado por organização criminosa armada, tentativa de supressão violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça e dano ao patrimônio histórico.

Se a nova denúncia for aceita pelo Supremo Tribunal Federal, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo serão formalmente réus na Corte, em um processo que lembra o julgamento da tentativa de golpe. O caso está sendo presidido pelo Ministro Alexandre de Moraes.

Paulo Figueiredo, neto do último presidente da ditadura militar brasileira, o General João Batista Figueiredo, vive nos Estados Unidos com residência permanente. Ele também foi acusado anteriormente de conspiração golpista, acusado de espalhar notícias falsas. Eduardo Bolsonaro, por sua vez, pediu licença da Câmara dos Deputados em março e se mudou para o exterior, alegando perseguição política.