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Troca de boas práticas constitui fonte de cooperação entre Brasil e China, diz MRE do Brasil

14.10.2025 18h10 

Por Beatriz Cunha e Fátima Fu

Em 1995 foi realizada a Quarta Conferência Mundial sobre Mulheres de Beijing, onde foi adotada a Declaração de Beijing e a Plataforma para Ação.

Para celebrar os 30 anos do ocorrido, líderes de todo o mundo se reúnem novamente em Beijing para a Reunião Global dos Líderes sobre Mulheres durante os dias 13 e 14 de outubro.

Às margens do evento, Susan Kleebank, secretária de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, concedeu uma entrevista exclusiva ao Diário do Povo Online.

De acordo com ela, é interesse do Brasil reafirmar seu compromisso incondicional com o espírito da Conferência de Beijing de 1995, assim como contribuir no debate multilateral sobre os direitos das mulheres.

A participação de representantes de alto nível, com destaque à do presidente chinês Xi Jinping confirma a relevância a ser dada à igualdade de gênero na agenda internacional, disse Susan, acrescentando que o momento é oportuno, sendo imprescindível que países comprometidos com o tema reforcem seu empenho nessa agenda importante para todos.

“É motivo de celebração, por exemplo, que metade dos graduados e pós-graduados em nível superior na China sejam mulheres; que 46% dos pesquisadores sejam mulheres; que um terço dos professionais em tecnologia seja mulheres, disse a secretária de Ásia e Pacífico do MRE brasileiro citando o livro branco da China intitulado “Conquistas da China no Desenvolvimento Integral das Mulheres na Nova Era”.

Durante a Reunião Global Susan pretende visitar exemplos de iniciativas de empreendedorismo e inovação por parte de mulheres chinesas.

“A troca de boas práticas já constitui uma fonte de cooperação entre nossos países”, disse a secretária de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

Nos últimos anos foram adotadas diversas medidas para promover a participação política, econômica e social das mulheres no Brasil, como a criação do Ministério das Mulheres, a aprovação no Congresso Nacional da Lei de Igualdade Salarial e, recentemente, a regulamentação da Política Nacional de Cuidados, que busca a divisão equilibrada de responsabilidades entre homens e mulheres, informou Susan Kleebank.

O Brasil atua de modo firme e oficial no combate à violência contra a mulher, enfatizou ela, explicando que nos últimos anos, a Lei Maria da Penha, promulgada em 2006, foi endurecida, agressores passaram a ser monitorados com tornozeleiras eletrônicas e uma pensão especial foi estipulada para filhos e dependentes menores de 18 anos órfãos em razão do feminicídio.

Recentemente o país realizou a 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que contou com a abertura do presidente Lula, apontou Susan, destacando que a presença feminina tem avançado a passos firmes na vida política e social brasileira.

“A defesa dos direitos das mulheres deve compreender diferentes áreas, do empreendedorismo feminino à saúde pública, da divisão justa dos cuidados a políticas afirmativas em setores em que as mulheres estão sub-representadas”, ponderou ela.

Em todas as vertentes, há um amplo espaço para a cooperação internacional, nesse sentido, a China tem sido um parceiro fundamental do Brasil. Em 2026, celebraremos o Ano Cultural Brasil-China, que reforçará o conhecimento mútuo entre nossas sociedades, permitirá novos contatos e novas amizades, bem como surgirão novas ideias e projetos, observou Susan.