Marcos de Oliveira
O mundo contemporâneo passa por transformações profundas. A revolução tecnológica remodela o panorama econômico, as mudanças geopolíticas trazem novos desafios, e as alterações climáticas exigem respostas globais conjuntas. Neste contexto, a implementação do “14º Plano Quinquenal” da China ofereceu ao mundo uma proposta de desenvolvimento visionária. Como observador de longa data da China, considero este período não apenas uma estratégia nacional chinesa, mas também uma janela importante para compreender as tendências de desenvolvimento do mundo contemporâneo.
“Desenvolvimento de alta qualidade”, “novas forças produtivas qualitativas” – estes conceitos originários da China estão gradualmente se tornando palavras-chave na reflexão da comunidade internacional sobre trajetórias de desenvolvimento. As novas forças produtivas qualitativas, com a inovação científica e tecnológica como motor central, impulsionam a atualização industrial através do progresso tecnológico, realizando uma transformação profunda nos modos de produção. Esta visão não só orienta a transformação da estrutura econômica chinesa, como também oferece valiosos insights para outros países explorarem caminhos de desenvolvimento sustentável.
Durante o “14º Plano Quinquenal”, a China alcançou progressos notáveis em áreas de ponta como economia digital, inteligência artificial, novas energias e ciências da vida. Estes avanços mostram ao mundo como uma nova economia com a inovação como motor pode realizar um desenvolvimento de salto. Para países da América Latina em fase crítica de transformação, este modelo de desenvolvimento tem um valor de referência particular.
Em 2023, fui convidado para o Fórum Internacional de Cooperação Cinturão e Rota, onde testemunhei pessoalmente a vitalidade da economia chinesa e a sua postura aberta. Desde empresas de tecnologia em expansão até cidades com construções verdes e de baixo carbono, tudo revela a nova fase do desenvolvimento de alta qualidade da China. Estas conquistas são a resposta mais poderosa ao “pessimismo econômico sobre a China”.
Como meio de comunicação com 112 anos de história, o “Monitor Mercantil” tem acompanhado consistentemente a cooperação entre a China e a América Latina. Criamos uma coluna especial – “Construção de Alta Qualidade da Iniciativa Cinturão e Rota”, reportando integralmente os resultados de cooperação em investimentos, comércio, cultura e tecnologia. Através desta janela, esperamos que os leitores latino-americanos possam compreender mais profundamente as iniciativas chinesas, cultivar uma perspetiva global e promover intercâmbios e cooperação mais amplos.
O Fórum de Cooperação Midiática Cinturão e Rota, em Chengdu, no ano passado, reforçou a minha convicção sobre a importância da ponte de comunicação que os meios de comunicação constituem. Na era digital, a cooperação entre as mídias está se tornando um “soft link” indispensável nas relações internacionais, promovendo a compreensão mútua entre diferentes civilizações e dissipando preconceitos e mal-entendidos.
É importante notar que as conquistas da China durante o “14º Plano Quinquenal” não se limitaram à esfera econômica. Progressos sistêmicos foram alcançados em governança social, inovação tecnológica, proteção ecológica e abertura ao exterior. Os esforços no desenvolvimento de energia verde e na redução de emissões de carbono, em particular, estão altamente alinhados com os objetivos globais de desenvolvimento sustentável. Estas experiências de “transição verde” têm um significado referencial importante para economias baseadas em recursos, como as da América Latina.
Observando o “15º Plano Quinquenal” em perspectiva, acredito que a China continuará a aprofundar a linha de pensamento de desenvolvimento do “14º Plano”, reforçando ainda mais a posição estratégica da inovação científica e tecnológica. A China tem plena capacidade para alcançar avanços ainda maiores em áreas como inteligência artificial, informação quântica e energias renováveis. Ao aperfeiçoar o sistema nacional de inovação, otimizar a alocação de recursos e fortalecer a sinergia política, as vantagens do “novo sistema de mobilização nacional” serão plenamente manifestadas, impulsionando o contínuo fortalecimento das “novas forças produtivas qualitativas”.
Como pessoa de mídia brasileira, estou firmemente convencido de que a experiência de sucesso da China tem um significado de referência amplo. O Brasil e a China têm economias altamente complementares e um enorme potencial de cooperação. A China mantém há anos a posição de maior parceiro comercial do Brasil, com resultados frutíferos de cooperação em energia verde, infraestruturas, tecnologia agrícola, entre outros. As conquistas do “14º Plano Quinquenal” da China estão sendo transformadas em novas oportunidades para o desenvolvimento do Brasil através de cooperação prática.
Mais importante ainda, o modelo de desenvolvimento chinês prova um conceito crucial: o crescimento econômico e o progresso social, a inovação tecnológica e o desenvolvimento sustentável podem se promover e avançar sinergicamente. Esta percepção é precisamente a fonte de confiança de que o mundo atual, conturbado, mais necessita.
O sucesso do “14º Plano Quinquenal” demonstra a firme crença da China na abertura, inovação e benefício mútuo. O “15º Plano Quinquenal” impulsionará a China para uma fase de desenvolvimento de qualidade ainda mais elevada. Este processo beneficiará não apenas o povo chinês, mas também injetará um novo impulso na recuperação econômica global, na cooperação Sul-Sul e no desenvolvimento comum da humanidade.
Como testemunha e participante desta grande era, espero fortalecer a cooperação com colegas da mídia chineses e internacionais, fazendo com que vozes verdadeiras, objetivas e abertas ressoem em todos os cantos do mundo, escrevendo em conjunto um novo capítulo no intercâmbio e aprendizado mútuo entre civilizações humanas.
O autor é Editor-Chefe do “Monitor Mercantil” do Brasil.
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