Chen Yiming, Song Yiran e Han Shuo, Diário do Povo

Estande do Brasil na 8ª Exposição Internacional de Importação da China (Foto: Zhang Zeyu/Diário do Povo Online)
Na área de exposição de produtos agrícolas e alimentícios da 8ª Exposição Internacional de Importação da China (CIIE), a famosa marca brasileira de café Unique chamou especialmente a atenção. Os funcionários ofereciam com entusiasmo café vindo da Serra da Mantiqueira, apresentando seu sabor único “ácido, com notas florais e frutadas”.
Como maior produtor e exportador de café do mundo, o café brasileiro está acelerando sua entrada no mercado chinês por meio da CIIE, tornando-se um exemplo vivo das escolhas cada vez mais diversificadas dos consumidores chineses.
Nas névoas da manhã, a Serra da Mantiqueira, no estado de Minas Gerais, parece um oceano de cafeeiros. O proprietário da fazenda de café Unique, Álvaro Pereira Coli, disse em declarações aos repórteres: “Mantiqueira” significa, na língua local, “montanha que chora”. Com sua altitude elevada e estações secas e chuvosas bem definidas, a região possui condições ideais para o cultivo de café, sendo uma das melhores áreas produtoras do Brasil.
Desde a colheita manual até à torra e ao empacotamento, os grãos de café Unique passam por vários processos rigorosos, e cada pacote traz certificação de qualidade e informações de rastreabilidade. Na Cooperativa do Vale Verde, que reúne mais de mil produtores, o mestre de torra Carlos compartilhou suas percepções sobre o mercado chinês:“No início, oferecíamos principalmente cafés de torra escura tradicional, mas logo percebemos que os consumidores chineses valorizam muito a complexidade de sabores”.
Após se conectar com consumidores chineses por meio da CIIE, a Unique ajustou suas curvas de torra, selecionando variedades como o Yellow Bourbon, conhecidas por suas notas florais e frutadas, e adotou torras mais leves — uma mudança amplamente bem-recebida no mercado.
Desde a primeira edição da CIIE em 2018, a Unique participa continuamente. O gerente-geral Júnior relembra a primeira experiência: “Os visitantes cheiravam atentamente, degustavam com cuidado e perguntavam em detalhes sobre as variedades e as curvas de torra. Naquele momento, percebi — este é um mercado que entende de café”.
Essa sintonia reforçou a determinação da Unique em se aprofundar no mercado chinês. Sua filosofia evoluiu de ‘fazer o mundo provar o café brasileiro’ para ‘definir o bom café junto com o mercado chinês’.
Com o apoio da distribuidora exclusiva na China, Kopeng Coffee, a empresa lançou embalagens menores de 150 g e 250 g, além de café de filtro individual (drip bag) — inovações que, por sua vez, começaram a influenciar os hábitos de consumo no próprio Brasil.

Um profissional torra amostras de café para degustação, fazendo os preparativos necessários para a avaliação da qualidade.(Foto: Luis Branco/Diário do Povo)
Hoje, em cafeterias de Shanghai, Guangzhou e Chengdu, os grãos da Mantiqueira são muito apreciados. Dados mostram que, no primeiro semestre de 2025, a China importou quase 540 mil sacas de café do Brasil, um aumento de cerca de 20% em relação ao ano anterior — o maior volume da história.
Para a Unique, a CIIE não é apenas uma “vitrine de vendas”, mas também uma fonte de inspiração e crescimento. Segundo Júnior, as exigências do mercado chinês os levaram a dar mais atenção à coordenação da cadeia de suprimentos, design de embalagens e inovação em marketing.
Ele planeja introduzir no Brasil o uso de drones agrícolas chineses para monitoramento de plantações, visando melhorar a qualidade e a eficiência da produção.
“A cooperação cafeeira entre o Brasil e a China não é apenas comercial — é uma fusão de cultura, tecnologia e criatividade”.
Com o impulso da CIIE, a cadeia de cooperação e ganhos mútuos continua a se expandir.
De acordo com Lu Jiacheng, diretor da empresa Hongsu Industrial, há planos de colaboração com a Agência de Promoção de Investimentos do Estado de São Paulo para ajudar mais empresas brasileiras a ingressarem no mercado chinês.
Na exposição, cafés especiais de todo o mundo competem lado a lado. Para Júnior, o intercâmbio com profissionais de outros países não apenas aprimora a qualidade dos produtos, mas também aprofundou sua compreensão da globalização econômica, abrindo caminho para novas oportunidades de cooperação.
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