
Uma voluntária posa para fotos no Centro Nacional de Exposições e Convenções (Shanghai), principal local da oitava Exposição Internacional de Importação da China (CIIE), em Shanghai, leste da China, em 4 de novembro de 2025. (Foto: Zhou Dixiao/Xinhua)
Investidores de todo o mundo mais uma vez compareceram à Exposição Internacional de Importação da China (CIIE), buscando oportunidades no vasto mercado aberto da China durante a oitava edição do evento.
Em meio à agitação desta CIIE, a Joy Wing Mau Chile Spa chamou a atenção dos visitantes com seu lançamento mais recente: mirtilos suculentos do Peru, cada um do tamanho de uma moeda de um dólar americano e surpreendentemente crocantes.
Esses mirtilos do Hemisfério Sul se destacam por seu sabor único e, mais importante, preenchem uma lacuna sazonal, permitindo que os consumidores chineses desfrutem de mirtilos frescos durante todo o ano, disse Guo Min, vice-diretor de marketing da empresa na China.
Com a expectativa de que a classe média chinesa ultrapasse os 800 milhões de pessoas na próxima década, a demanda por variedade em bens de consumo está crescendo rapidamente. "Os consumidores chineses não se contentam mais em ter o suficiente para comer; agora, eles querem mais opções", observou Guo.
De fazendas tropicais no Sudeste Asiático a pomares na América do Sul, a multinacional agora importa mais de 300 tipos de frutas de mais de 40 países e regiões, levando produtos frescos às mesas chinesas.
Este é apenas um exemplo de uma mudança maior, na qual empresas globais competem para conquistar uma fatia do mercado chinês e os consumidores exigem mais diversidade, maior qualidade e inovação constante.
Conforme delineado nas recomendações para a formulação do 15º Plano Quinquenal (2026-2030), o país prioriza a expansão da abertura econômica de alto padrão em sua agenda nacional, defendendo o desenvolvimento equilibrado de importações e exportações. Antes impulsionada principalmente pelas exportações, a economia chinesa agora expande cada vez mais suas importações para promover a modernização industrial e atender às crescentes aspirações de sua população por uma melhor qualidade de vida.
O compromisso da China em abrir ainda mais suas portas é evidente. O país ocupa a posição de segundo maior mercado importador do mundo há 16 anos consecutivos e seu nível geral de tarifas caiu para 7,3%. Atualmente, apenas 29 itens permanecem na lista negativa da China para investimento estrangeiro, e nenhum deles pertence ao setor manufatureiro.
De acordo com dados divulgados na quarta-feira (5) pelo Instituto de Economia Mundial e Política da Academia Chinesa de Ciências Sociais e pelo Centro de Pesquisa do Fórum Econômico Internacional de Hongqiao, o índice de abertura da China subiu 0,5% em relação ao ano anterior em 2024, em contraste com uma queda de 0,05% no índice de abertura mundial.
Lançada em 2018 como a única exposição nacional de comércio do mundo dedicada exclusivamente à importação, a CIIE tornou-se um símbolo marcante dessa abertura. A edição deste ano conta com a participação de 155 países, regiões e organizações internacionais, com 4.108 expositores estrangeiros ocupando mais de 430.000 metros quadrados de espaço de exposição, a maior escala até hoje.
Para gigantes globais, um mercado chinês aberto significa maior concorrência, mas também abre novos caminhos para crescimento e inovação.
Uma empresa que fez da CIIE seu palco desde o início é a Panasonic. Este ano, a empresa ocupa um estande de 900 metros quadrados, um dos maiores na seção de bens de consumo da feira.
"A China se transformou de uma potência manufatureira em uma grande nação consumidora, inovadora e de engenharia", avaliou Tetsuro Homma, vice-presidente executivo da Panasonic Holdings Corporation e CEO do grupo para a China e o Nordeste Asiático. A Panasonic evoluiu junto com o mercado chinês, aprimorando sua competitividade no que Homma descreve como "um campo de treinamento para a empresa".
A China se tornou um dos mercados internacionais mais importantes da Panasonic, representando cerca de 30% dos lucros globais da empresa. "Na nossa empresa, temos um ditado", disse Homma. "'Se você fracassar na China, fracassa globalmente.'"
A CIIE, por sua vez, não é apenas uma plataforma para comprar do mundo todo, mas um palco que beneficia o mundo. Com isenção de tarifas em 100% das linhas tarifárias para os países menos desenvolvidos do mundo e nações africanas que mantêm relações diplomáticas com a China, a feira está abrindo novas portas para pequenos exportadores que buscam se consolidar nos mercados globais.
Prince Muramba, um expositor de café ruandês, retornou à CIIE este ano após sua estreia no ano passado. Em meio aos estandes movimentados, ele refletiu sobre as oportunidades que o evento oferece para pequenos produtores como ele. "A China está fazendo tudo o que pode para facilitar a nossa entrada com nossos produtos", disse ele. "Tudo o que precisamos fazer é aparecer com nossas mercadorias."
Muramba busca expandir para novos mercados por meio da feira. "Espero que, após o evento deste ano, meu café esteja disponível online e em lojas físicas."
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