Por Fu Yuanyuan e Lu Yang
A Embaixada de Angola na China realizou em Beijing, na quinta-feira (28), uma cerimónia de celebração do 50º aniversário da Independência de Angola. Na ocasião estiveram presentes a embaixadora de Angola na China, Dalva Ringote Allen, o vice-ministro das Relações Exteriores da China, Miao Deyu, além de diplomatas de diversos países, funcionários da embaixada angolana e representantes empresariais chineses e angolanos.

Vice-ministro das Relações Exteriores da China, Miao Deyu. Foto: Lu Yang, Diário do Povo Online
Na sua alocução, o vice-ministro das Relações Exteriores da China, Miao Deyu, destacou a longevidade e solidez da amizade sino-angolana. O dirigente mencionou que os dois países se apoiaram mutuamente na luta contra o imperialismo e o colonialismo, e que avançaram em conjunto nos caminhos de desenvolvimento e revitalização.
Miao disse que sob a liderança estratégica dos líderes dos dois países, a cooperação pragmática entre China e Angola tem alcançado resultados frutíferos, proporcionando benefícios concretos aos dois povos. Ele destacou que a China está disponível para trabalhar em conjunto com Angola, de modo a aprofundar a amizade tradicional, buscar o desenvolvimento e firmar novos contributos para a formação de uma comunidade de futuro compartilhado China-África.
Durante o evento, a Embaixadora de Angola na China, Dalva Ringote Allen, concedeu uma entrevista ao Diário do Povo Online, na qual destacou que a trajetória de meio século do país representa a história de um povo que lutou pela liberdade, pela paz e pelo desenvolvimento. A diplomata qualificou ainda o atual momento das relações Angola-China como excelente e reafirmou a disposição de Angola em aprofundar a cooperação com a China em diversas áreas.

Embaixadora de Angola na China, Dalva Ringote Allen. Foto: Lu Yang, Diário do Povo Online
Allen recordou que Angola conquistou a independência em 1975, sob a liderança do então presidente Agostinho Neto, após uma longa luta contra o colonialismo. Entretanto, logo após a libertação, o país mergulhou em décadas de guerra civil, tendo alcançado a paz apenas em 2002.
“Celebramos com alegria o sacrifício dos grandes filhos de Angola, que verteram o seu sangue para que a Angola pudesse ser independente. Esta é a história que nós temos sobre a luta, a fortaleza, a resiliência do heróico povo angolano”, disse a embaixadora.
Este ano marca também o 42.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre Angola e China. Allen destacou que, ao longo destas quatro décadas, a cooperação bilateral tem sido sólida, estável e produtiva.

“A China sempre esteve ao lado de Angola, especialmente no período pós-conflito de 2002, tendo ajudado na reconstrução nacional. As nossas relações estão em um ponto excelente e continuamos a trabalhar para identificar novas áreas de colaboração”, afirmou.
Durante a visita do Presidente João Lourenço a Beijing em 2024, os dois países elevaram a relação a uma Parceria Estratégica Global. Para a Embaixadora, esse avanço demonstra responsabilidade, respeito mútuo e o compromisso de garantir resultados partilhados para ambos os povos.
A Embaixadora ressaltou a importância do investimento chinês na economia angolana, sobretudo nas áreas de tecnologia, infraestrutura, saúde e educação.
“O investimento chinês tem uma importância muito grande na economia de Angola. O país está aberto ao investimento da China e mantém as portas abertas às empresas interessadas em diversificar seus portfólios e encontrar em Angola um palco fértil para sua realização econômica e financeira”, afirmou.
Allen enfatizou ainda o valor da cooperação cultural como meio de aprofundar o entendimento mútuo entre Angola e China.

“A China é um país rico, com uma civilização milenar. Queremos aprofundar a parceria cultural para que o mundo — não só Angola — compreenda quem é realmente a China, que relações temos e que trajetória estamos a construir para as próximas gerações”, declarou.
Ela acrescentou que continuará trabalhando com o governo central chinês e administrações locais para promover intercâmbios e incentivar jovens angolanos a conhecerem melhor a cultura chinesa.
A embaixadora reforçou que o país continua aberto para continuar a trabalhar com a China, explorarando novas áreas de cooperação e aprofundando a relação bilateral, de modo que ambos os povos possam usufruir de resultados verdadeiramente partilhados.
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