Por Zhang Rong e Wu Shimin
As comemorações do 50º Aniversário da Proclamação da Independência da República Democrática de Timor-Leste foram realizadas em Beijing, na última sexta-feira (28). À margem da celebração, o vice-primeiro-ministro de Timor-Leste, Francisco Kalbuadi Lay, concedeu uma entrevista exclusiva ao Diário do Povo Online, sublinhando o caráter deste momento histórico e a oportunidade de aprofundar a cooperação com a China no quadro de uma integração regional cada vez mais estreita.
Lay afirmou que o percurso do país é inseparável do apoio da China desde os primeiros momentos: "A China foi um dos primeiros países que reconheceu a nossa proclamação em 1975. Também foi o primeiro país que estabeleceu relações com Timor-Leste. A primeira embaixada estabelecida em 2002 em Timor-Leste foi a da China". Para o vice-primeiro-ministro, "a relação entre a China e Timor é uma relação não só histórica, mas também inesquecível".
Enquanto isso, o dirigente citou áreas concretas nas quais a China tem contribuído para o desenvolvimento nacional, observando: “A China construiu o palácio do presidente, os edifícios do Ministério da Defesa, Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação e irá construir mais infraestruturas, como estradas, saneamento e outras áreas importantes”.
Kalbualdi Lay frisou também a importância do numeroso corpo estudantil atualmente a frequentar instituições de ensino chinesas, garantindo que esse apoio é altamente valorizado pela parte timorense.
Este ano representa igualmente um marco histórico para Timor-Leste, que se tornou oficialmente membro pleno da ASEAN em 26 de outubro. O entrevistado descreveu o momento como uma conquista estratégica para o país e para a organização, afirmando que "é um dia histórico para nós e também para a ASEAN".
Ao integrar simultaneamente a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a ASEAN, Timor-Leste está numa posição única para "atuar como facilitador de diálogo político e econômico entre China e os países da CPLP" e servir "como plataforma de intercâmbio trilateral China-CPLP-ASEAN", vincou.
Kalbuadi Lay expressou a expectativa de que a cooperação econômica integrada possa desenvolver zonas econômicas especiais, atrair investimentos e criar corredores logísticos trilaterais baseados em infraestruturas apoiadas pela China e pelos países da ASEAN.
O avanço na modernização digital é outra das ambições timorenses. "Espero que a China nos conceda apoio na digitalização IPM, e-commerce. Nós devemos aprender mais nessa área", afirma.
Para o governante, a presença em Beijing no cinquentenário da independência simboliza que a relação sino-timorense "é inesquecível desde 1975, 2002, até agora". Do mesmo modo, é reconhecida a importância do papel da China para assegurar a “prosperidade, paz e estabilidade da nossa região”.
O governante manifestou ainda a posição clara de Timor em relação à questão de Taiwan, reafirmando: "A nossa posição é uma posição clara, que é a política de Uma Só China. Isso não irá mudar".
A celebração dos 50 anos em território chinês reforça, assim, a mensagem central do vice-primeiro-ministro: Timor-Leste encara o futuro como ponte entre culturas, mercados e comunidades políticas, com a China a desempenhar um papel essencial no novo capítulo que o país agora inaugura.
(O presente artigo teve o contributo da jornalista estagiária Pan Xuanrong.)
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