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Telescópio no teto do mundo inicia busca pelas ondulações mais antigas do Big Bang

14.07.2025 16h22 
Telescópio no teto do mundo inicia busca pelas ondulações mais antigas do Big Bang

No alto de uma cordilheira a 5.250 metros acima do nível do mar, na Região Autônoma de Xizang, no sudoeste da China, um novo olhar para o universo em formação se abriu.

Cientistas do Instituto de Física de Altas Energias (IHEP), da Academia Chinesa de Ciências, anunciaram no domingo (13) que seu telescópio AliCPT-1 capturou suas primeiras imagens nítidas da Lua e de Júpiter a 150 GHz, marcando o início formal da primeira busca da China por ondas gravitacionais primordiais.

As ondulações — tênues sussurros do início dos tempos — podem ser a chave para explicar como o universo começou.

Imagine o universo como um recém-nascido; as ondas gravitacionais primordiais seriam seu primeiro grito. Nascidos de flutuações quânticas no espaço-tempo durante a época da inflação cósmica, esses sinais elusivos são as ondulações mais puras já gravadas na estrutura do cosmos.

Acredita-se que a detecção de ondas gravitacionais primordiais seja um teste crítico da origem cósmica, investigando a inflação e a gravidade quântica.

"Se detectarmos com sucesso ondas gravitacionais primordiais, vislumbraremos o universo em seu primeiro instante", disse Zhang Xinmin, pesquisador do IHEP.

"Ao mesmo tempo, isso pode impulsionar avanços em tecnologias de ponta, como detectores supercondutores criogênicos e eletrônicos de leitura de baixa temperatura, impulsionando assim a cosmologia para uma era de precisão sem precedentes", acrescentou Zhang.

Liderado pelo IHEP, o telescópio foi construído em oito anos por um consórcio global de 16 membros, incluindo os Observatórios Astronômicos Nacionais da China e a Universidade de Stanford.

Colocado no teto do mundo, o telescópio foi projetado para escapar do vapor d'água atmosférico que abafaria o sussurro das ondas gravitacionais primordiais.

Apenas quatro locais na Terra são conhecidos como viáveis para tais observações: a Antártida, o Deserto do Atacama, no Chile, o Planalto Qinghai-Tibetano e a Groenlândia, afirmou Liu Congzhan, gerente de projeto do experimento com o telescópio.

O experimento com a Lua e Júpiter é apenas o começo, disse Li Hong, também pesquisador do IHEP. "Como o primeiro observatório de ondas gravitacionais primordiais de alta altitude do Hemisfério Norte, o telescópio preenche uma lacuna para a China e, juntamente com dispositivos na Antártida e no Chile, completa uma rede global complementar."